Entre discos e festas, o poder de uma mulher por trás da mesa de som.
Foto por FaveLab.
Tamy Reis é DJ e comunicadora brasileira. Incentivada pelos pais e amigos, desde muito jovem ela demonstrou seu interesse pela música e, aos 19 anos, deu início aos seus estudos de discotecagem na oficina de DJs da Central Única de Favelas (CUFA). Desde então, são mais de 10 anos no mercado, marcando presença na abertura de shows de grandes artistas, como: Racionais MC's, Tássia Reis, Karol Conká, Emicida, De La Soul, entre outros.
Nascida em terras cariocas, Tamyris Reis, desde criança teve influência do pai, que era amante da música e grande colecionador de discos e CDs, e da mãe, que sempre incentivou seu lado musical, matriculando-a em aulas de piano, flauta, violão, percussão, canto e teoria musical. Além disso, o contato com a Igreja também influenciou a artista no seu interesse pela música.
Na adolescência, seu caso de amor com o hip hop começou e não teve mais fim quando Tamy se aprofundou de vez na cultura. Nesse período, quando nem mesmo ela sabia que levava jeito para a coisa, seus amigos já notaram seu potencial e a chamavam de "DJ Tamy", por sempre levar música aos encontros. Foi com esse empurrãozinho, que ela decidiu levar a sério a carreira como DJ e buscar por estudos na área.
Aos 19 anos, ela inicia a oficina de DJs da CUFA, ministrada pelo DJ Jota-L e, após um ano de formação, passa a trabalhar profissionalmente no meio. A partir de então, seu interesse pela arte da discotecagem só aumenta e Tamy ingressa no curso de discotecagem e produção musical do Red Bull Favela Beats, que acontece no Centro Cultural Waly Salomão (Afroreggae). Lá, a DJ aprimorou ainda mais suas técnicas.
“Acredito que o hip-hop é um espaço democrático, apesar dos pesares. Hoje existem mais mulheres envolvidas com a cultura do que há 10 anos. Ainda assim não somos nem 25%, mas estamos caminhando pra isso. As mulheres que circulam na cultura têm representado e estão fazendo bonito e escrevendo a nossa história dentro desse circuito”.
Trecho da matéria da DJ Tamy para a coluna de Heloisa Tolipan no portal IG.
Com fortes influências da música preta e do que seu pai escutava, Tamy sempre monta seu setlist de forma eclética, misturando seus gostos pessoais com o som que movimenta seu público, passando pelo R&B, rap, pop e hip hop. Outra referência que se fez presente na sua formação profissional foi sua tia Aura, que também foi DJ, e abriu espaço para que hoje muitas mulheres pudessem estar presentes nessa cena.
Hoje, a DJ Tamy é muito requisitada por grandes marcas, produtoras e festivais. No seu currículo, ela também têm: o programa "A Voz das periferias", ao lado de Mv Bill e nega Gizza na 94.1 FM; a residência na Festa Crewolada, do projeto Somus Rio e da Yolo Love Party; e o programa Festa Mix 102.1 FM, na Mix FM RJ. Além de ter participado da abertura de grandes shows, como: Racionais MC's, Emicida, Tássia Reis, Mv Bill, Karol Conká, Bobby Valentino, Sean Kuti, Lianne La Havas, De La Soul, Mc Lyte e Kaytranada. E festivais, como: Festival Terra do Rap, Hutúz Rap festival, Festival Latinidades, Festival Satélite 061, Arte Core, Festival PicNic Brasil, Festival Fábrika apresenta e Festival Rider #DáPraFazer.
Durante a quarentena, a DJ, que estava acostumada com a agitação das pistas de dança, teve que buscar novas alternativas para dar continuidade ao seu trabalho e fortalecer o cenário da discotecagem brasileira. Através de transmissões ao vivo, a DJ Tamy manteve o contato com seu público e trouxe sua vibe positiva em tempos difíceis.
Ainda hoje, a arte da discotecagem e o cenário do hip hop são locais predominantemente representados pela figura masculina. Diante disso, a presença e o trabalho desenvolvido pela DJ Tamy se faz muito necessário. Ter uma mulher preta ocupando esses espaços é inspirador, torna a representatividade feminina potente e abre cada vez mais oportunidades para futuras artistas. ♥︎
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