A trilha de sucesso de uma das mais renomadas percussionistas do Brasil.
Foto por Nanda Costa.
Elaine Silva Moreira, mais conhecida como Lan Lanh, é percussionista, compositora, vocalista e produtora musical brasileira. Com mais de 30 anos de carreira, a artista foi influenciada pelo universo dos blocos da sua terra natal, a Bahia, e é referência em percussão no Brasil.
Nascida em 1968, em Salvador, na Bahia, filha de uma artista plástica, teve contato com as artes desde pequena. Mas foi nos anos 80 que estreou como baterista da banda pop Rabo de Saio. E foi a partir daí que ela começou a se aprofundar no mundo dos batuques e ritmos, se tornando uma das pioneiras da percussão feminina no país. Uma das suas referências para compreender melhor o ritmo foi a música afro e a percurssão originária do Candomblé, além do fato de ter crescido cercada pela cultura afro, muito forte e presente na região baiana.
“No mundo, as mulheres na história da música sempre tocavam piano e violino. Então desde que eu comecei, rompi essa barreira tocando bateria e percussão. Sou de Salvador, terra da percussão, dos ritmos, mas não existia nenhuma mulher que aparecesse ali tocando”.
Trecho da entrevista da Lan Lanh para a Rolling Stone Brasil.
A artista foi traçando sua própria trajetória e abrindo cada vez mais espaço para mulheres na percussão. Na década de 90, ela entrou no seleto grupo de batuqueiros ao lado de Carlinhos Brown. E foi ganhando cada vez mais projeção nacional ao tocar com grandes artistas como Elba Ramalho, Tim Maia, Marisa Monte e Cássia Eller.
Na banda Lan Lan e os Elaines, formada com os músicos de Cássia Eller, a percussionista tornou-se produtora musical, compositora e cantora. Em 2003, a música "Com Ela" recebeu o prêmio revelação APCA Associação Paulista de Críticos das Artes. No ano seguinte, Lan Lanh voltou às origens baianas com a formação da banda Moinho, ao lado de Emanuelle Araújo e Toni Costa.
Em 2011, a artista foi recrutada pela cantora norte-americana Cindy Lauper para fazer parte da turnê Memphis Blues, que passou pelo Brasil e foi para a Europa. Foi a oportunidade perfeita para Lan Lanh levar a musicalidade brasileira e os ritmos afro-baianos para o mundo.
Alguns anos mais tarde, ela produziu seu disco solo, entitulado "Mi", com o DJ DeepLick. Essa parceria gerou o coletivo Batida Nacional, que também conta com a participação de Nanda Costa, e traz uma mistura de gêneros e ritmos brasileiros com a música eletrônica. A parceria com a atriz e o músico Sambê, rendeu também uma indicação ao Grammy Latino de Melhor Canção em Língua Portuguesa com a música "Aponte".
Foto: Nelson Faria/Divulgação.
Em comemoração aos seus 30 anos de carreira, em 2018, Lan Lanh lançou o álbum BaTUque. E, no início de 2020, lançou o projeto musical Muziki na Biso em parceria com cantora congolesa Sagrace Menga, resgatando suas influências da cultura afro.
"Cada uma sofreu preconceito à sua forma e buscou resistência na arte. Ela veio refugiada três anos atrás para o Rio. Eu, há 32 anos, escolhi fazer música com um instrumento que era do mundo masculino. A música sempre foi nossa bandeira e resistência. Toda forma de arte modifica as pessoas de alguma maneira. Tanto eu como a Sagrace buscamos na música a nossa forma de nos consagrar, que significa reverenciar a divindade, as deusas."
Trecho da entrevista da Lan Lanh para a Quem.
E é dessa forma que Lan Lanh segue inspirando pessoas, seja por sua trajetória de vida pessoal e profissional! ♥︎
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